sábado, 4 de setembro de 2010

Uma geração que clama por paternidade!

Um comentário:
 
(Até que todos cheguem a unidade da fé, e ao conhecimento do filho de Deus, a homem perfeito, a medida da estatura completa de Cristo) Efésios 4:11
Vivemos dias de transição/restauração, tenho afirmado isto em praticamente todos os artigos e ministrações que tenho feito.
Em toda terra Deus está liberando uma nova atmosfera, uma nova mentalidade que exigirá de sua Igreja um novo posicionamento.

Entendemos como base bíblica para estes dias (dentre outras) os livros de Esdras/Neemias que registram o processo de restauração da cidade de Jerusalém após o cativeiro na Babilônia. Como podemos ver nestes registros, primeiro se deu a restauração do Templo e em seguida foram reerguidos os Muros. Vemos aqui uma linguagem de figuras, ou seja, uma alegoria que aponta para os dias que vivemos.
Templo (antiga aliança) fala de quem nós somos;Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?(1 Cor 3:16)
Muros falam de Reino;Uma cidade era temida naquela época por seus muros, ou seja, pelo poder de defender-se e atacar (ex: Jericó)
É de grande relevância notar a “ordem” deste processo, porque é exatamente igual aquilo que o Senhor está fazendo hoje.Primeiro Ele está restaurando quem somos (templo) para depois nos usar para reerguer princípios e valores de Reino (muros). Muito tem se falado, escrito e até mesmo cantado sobre Reino, porém, não podemos de forma alguma acelerar este processo pulando etapas. No processo de restauração estaremos em contato com ruínas e nós não poderemos ser elas!
Tendo isto em vista, vamos avançar com base neste pensamento para podermos compreender o que se faz necessário nestes dias...
Quem somos? Qual nossa identidade?
O clamor do coração desta geração. Estas perguntas são seguidas de outras como: O que Deus espera de nós? Como manifestar seu Reino na terra? Somos uma geração sem identidade, sem direção (missão/propósito), por quê? Por falta de um modelo, referência, mas falaremos disto mais adiante. Poucos entenderam que somos filhos, e a maioria de nós é imatura, ou seja, os que compreenderam adoção/filiação ainda não aprenderam a se relacionar com o Pai de uma forma saudável. Vejamos um texto da escritura;
“Chegavam-se a Jesus todos os publicanos e pecadores para ouvi-lo. Mas os fariseus e os escribas murmuravam: Este recebe pecadores, e come com eles... Jesus continuou: Certo homem tinha dois filhos” (Lucas 15:1, 2,11)
Esta parábola fala de dois tipos de relacionamento com Deus; Legalismo e Culpa.
Duas formas erradas, conseqüência de uma mentalidade deturpada, fruto de imaturidade.
Conhecemos bem este texto, Jesus conta a história de um Pai que tinha dois filhos e não de dois filhos, entendem? O centro da história é o Pai. Lembremo-nos que Ele está falando a dois grupos: Legalistas (fariseus) e homens que viviam sob o pesado fardo da culpa (publicanos). Acredito que enquadramo-nos com o filho mais novo, porque estamos voltando para o Pai, atitude correta, porém com a mentalidade errada. Vejamos quais foram as palavras dele quando retornou;
“Já não sou mais digno de ser chamado teu filho: Faze-me como um dos teus escravos
Somos uma Igreja de muitos filhos pródigos, que estão compreendendo a necessidade de voltar a Deus. A questão aqui é, mudamos atitudes externas e não permitimos que o Espírito Santo transformasse nosso interior imprimindo em nós o selo da adoção.
Buscamos ainda se relacionar com Deus como escravos. Este tipo de relacionamento a partir do cumprimento de regras sempre gera escravidão, é isto que Paulo afirma em Gálatas 4 . Ele escreve esta epístola para dois tipos de filhos, Judeus e Gentios ambos imaturos. O filho pródigo afirma estar satisfeito em trabalhar para o pai sem desfrutar de sua presença, porque o escravo não se sentava a mesa com seu senhor, não havia relacionamento. Por esta razão encontramos esta afirmação de Jesus;
“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos(Relacionamento)...” (João 15:16)
Isto é o que a maioria de nós vive hoje (religião), somos bons empregados: Pregamos, Dizimamos, Oramos, Jejuamos e ainda fazemos Ação social, apenas não nos relacionamos com Ele, obedecemos a regras já anteriormente prescritas, o escravo já conhece suas obrigações, trocamos o relacionamento pelas regras. Este era um dos problemas da lei, não precisavam chegar a Deus, já tinham um “manual” (Gálatas 3:20), alguns hoje usam a Escritura (Bíblia) com a mesma mentalidade. No processo de restauração de Jerusalém conforme citado acima, a primeira parte a ser reconstruída foi oaltar (Esdras 3) o lugar de relacionamento”, nem mesmo quando oramos podemos afirmar ser isto relacionamento, é apenas um momento em que dizemos tudo o que Ele deve fazer por nós e, também um tempo para reivindicar nosso salário pelo tempo de trabalho!
“Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos foi ordenado dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que deveríamos fazer” (Lucas 17:10)
“Nem para servos, servimos”
Filho tem herança, servo tem salário. Por esta razão temos uma Igreja fria, ela está recebendo o seu salário, morte, é isto que afirma Romanos 6:23 (o salário do pecado é a morte...), costumo dizer que jamais quero o que mereço e, sim o que não mereço, graça! Quanto à epístola aos Gálatas vemos o mesmo quadro. Em grego existem duas palavras para filho: Teknon e Huios, a primeira significa Crianças imaturas, a segunda, Filho formado, maduro. Judeus tentando obter favor de Deus por meio do cumprimento de regras e Gentios usando a graça para darem ocasião à carne, neste contexto Paulo escreve;
“Meus filhinhos (tekenon, crianças imaturas), por quem de novo sinto as dores de parto até que Cristo (Huios, o filho maduro de Deus) seja formado em vós” (Gálatas 4:19)
Isto é muito relevante! Precisamos de pais espirituais dispostos a gerar, até que teknons se tornem huios.
Vamos então analisar quão grande necessidade temos de nos relacionar com Deus com uma mentalidade correta, isto honra a obra de Cristo e também nos trará senso de missão/propósito.
“Disse-lhe Felipe: Senhor mostra-nos o Pai, e isto é suficiente” (João 14:8)
Ao final do ministério de Cristo, Felipe fez um dos pedidos mais ousados em minha opinião. Após terem visto toda sorte de milagres, curas, eventos sobrenaturais em relação à natureza, mortos tornarem a vida e ainda muitos outros eventos que a escritura não registra (João 21:25), algo faltava ao discípulos; Eles queriam “ver” o Pai! Como disse anteriormente o clamor desta geração é: quem nós somos? Era como se ele houvesse dito; Mostra-nos o Pai e teremos um modelo, referência.
“Paternidade gera identidade, identidade cria propósito/missão”
O fato é que não sabemos quem somos porque ainda não vimos o Pai, nem o conhecemos. Ao contrário do que muitos aprenderam identidade não é o que somos, vejamos: Idem-tidade é uma palavra composta, idem vem do latim; Igual á, o mesmo que...
Então posso afirmar que identidade não é o que somos e sim, igual a quem somos.
Por este motivo eles precisavam “ver” o Pai, quando isto ocorre descobrimos nossa identidade, filhos. O filho é um espelho do Pai,
“Quem vê a mim, vê o Pai”... (João 14:9)
Identidade cria propósito. Ao passo que compreendemos que somos filhos, descobriremos também a resposta para a próxima pergunta; O que Deus espera de nós, como manifestar seu Reino? A palavra filho em hebraico vem da raiz Banah,e significa: Continuar construindo (sob uma base já lançada). Esta é nossa missão/propósito, construir sob o fundamento de Deus, vamos olhar para um incidente ocorrido no ministério de Jesus;
“Assim, porque Jesus fazia estas coisas no sábado, os judeus o perseguiram. Jesus lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por este motivo os judeus ainda mais procuravam matá-lo; não só quebrava o sábado, mas também dizia que Deus era seu Pai, fazendo-se igual a Deus (João 5:16-18)
Notem que o Senhor era perseguido por curar no sábado o dia sagrado para o judeu. Neste dia como sabemos não era permitido realizar nenhum tipo de trabalho. O que Jesus mostra aqui é a diferença entre Ele e os judeus, entre Religião e Relacionamento; Vocês trabalham para Deus, eu trabalho com Deus, Ele lançou uma base e eu estou construindo sobre. O texto também registra que grande indignação sobreveio a eles, pelo fato de Cristo afirmar ser filho de Deus, fazendo-se igual a Ele, identidade.
É importante relembrarmos que não depende do que fazemos;
“Assim que Jesus foi batizado, saiu logo da água... E uma voz dos céus disse: Este é meu filho amado, em quem tenho prazer (Mateus 3:16,17)
Jesus não havia feito “nada” até este momento e, ainda assim tinha a aprovação e o amor do Pai. Não devemos buscar aprovação e amor por meio de obras, e sim aceitarmos o que Ele diz de nós.
“O que somos (filhos) não depende do que fazemos, mas o que fazemos aponta para quem somos (filho/banah; continuar construindo)
No registro de João 14, Jesus após dizer que ele é um espelho do Pai (Vs 9), Ele diz:
“Crede-me quando digo que estou no Pai, e o Pai está em mim; pelo menos crede por causa das mesmas obras (João 14:11)
O que Ele estava querendo dizer é; O que faço aponta para quem sou, Filho de Deus. Apenas alcançaremos estas verdades por meio de relacionamento, e isto está diretamente ligado a quem somos e qual nossa missão/propósito;
“Pai, eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me deste para fazer... Manifestei o teu nome aos homens...” (João 17: 4,6)
É relevante ver que Cristo afirma ter completado a obra e, não as obras. Ele fez muitas coisas, querendo apenas uma, extraímos aqui uma importante lição;
“Ativismo o mal do século 21: Fazemos muitas coisas porque queremos muitas coisas. O erro não é fazer muitas coisas, e sim desejar muitas coisas. Jesus fez muitas coisas, querendo apenas uma... Busquem em primeiro lugar seu Reino e sua justiça.. (Mateus 6:33)”
Manifestar em grego é; Phaneroo, tornar visível ou conhecido por meio de ações e palavras. Tudo o que Jesus fez todos os sinais, milagres, ensinos tinham um único propósito, fazer conhecido o Nome (Grego; onoma, tudo o que alguém é e representa) do Pai entre os homens. Revelá-lo como alguém próximo, que deseja se relacionar com seus filhos, o maior segredo na famosa “Oração do Pai Nosso” está justamente na primeira palavra: Pai, o judeu nem mesmo pronuncia o nome de Deus, suas orações colocavam Deus a uma enorme distância dos seres-humanos, o que Cristo fez foi encurtar o caminho!
Até que todos cheguem a unidade da fé, e ao conhecimento do filho de Deus, a homem perfeito, a medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4:13)
Encerro com as palavras de uma oração que está em minha alma;
“Oh amado Pai, abre nossos olhos para que possamos Te ver, precisamos desesperadamente de um modelo, Jesus afirmou; o filho só faz o que vê o Pai fazer, por isto rogamos: Desejamos ardentemente se relacionar contigo, mas nossas fraquezas e pobreza espiritual tem nos impedido. Esta mentalidade de escravo sempre permeia nosso razo e superficial relacionamento contigo, quando não o legalismo a culpa... Por favor, Pai, concede-nos a maravilhosa graça de Te ver e conhecer-te como um amoroso Pai e, não como um patrão que espera que alcancemos meros resultados... seu filho”
Em Cristo Leandro Vieira Agosto/2010
 link: www.projetovoolivre.org



Lucas Balzer

Um comentário:

  1. Paz, irmão Leandro.
    Eu creio muito nessa palavra ministrada por ti. Muitos não têm desfrutado dessa filiação maravilhosa porque, na realidade, a religiosidade só mostra a eles o Senhor e a servidão, não o Pai e a adoção.

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